AP Entrevista: Juary


Publicado em: 1/8/2021

Confira a entrevista completa com Juary, um dos all-stars do AP.

 

O ex-futebolista fez sucesso no futebol dos anos 70 e 80, principalmente no Santos FC e no Porto FC, em Portugal. Na equipe portuguesa, marcou o gol do título da Liga dos Campeões de 1987. 

 

Como é para você ser o protagonista de um lance tão marcante da história do futebol (comemorar seus gols em volta da bandeirinha)?

Tudo nasceu do nada. Eu nunca pensei em criar ou fazer algo que fosse ficar na história. A comemoração se tornou um marco do futebol brasileiro e depois mundial. Em todos os lugares a que fui e em todos os clubes onde joguei, sempre me pediam para fazer a comemoração. Foi um gesto que nasceu espontaneamente. Foi só algo que tive vontade de fazer e fiz.

 

Você integrou times históricos, como o Santos e outros mundo afora. Você tem mais carinho por algum ou considera como o melhor em que jogou?

Eu joguei em muitos times bons e tive o prazer de jogar com muita gente boa. Tive companheiros extraordinários. Todos foram importantes, pois em cada um procurei dar o máximo de mim e ser um profissional sério. Aprendi muito com todos os times. Se eu falar de um deles, estarei menosprezando os outros, e isso não seria justo.

 

Você acha que o seu estilo de jogo se encaixaria bem no futebol atual?

Sempre fui um centroavante diferente para a época em que joguei. Eu tinha muita velocidade e não gostava muito de jogar de costas para os zagueiros, me movimentava muito pelos dois lados do campo e ia também buscar a bola. Eu praticamente jogava como um “falso nove” da época. Antigamente, era possível fazer isso, hoje em dia seria mais difícil. Não vejo atualmente um centroavante com estilo igual ao meu. Talvez o Gabriel Jesus seja um que se assemelhe um pouco a aquilo que eu fiz. Acho que hoje seria mais fácil jogar, pois, dentro de toda a modernidade, estaríamos mais preparados.

 

Você jogou com o Serginho Chulapa, que também participou do AP61. Gostaria de ter feito dupla com o Dodô também?

Joguei com o Sérgio por quase um ano e sempre fui fã dele. Eu me espelhava nele, apesar de não ter todo o seu tamanho. Já sobre o Dodô, não tem o que falar dele. Um jogador extraordinário que fez uma carreira que fala por si só. O prazer sempre foi o de jogar com grandes jogadores, e eu tive essa oportunidade. O Dodô faz parte desse hall, sem dúvida, por tudo aquilo que fez no futebol e por onde passou. Eu não tive a felicidade de jogar com ele e ele não teve a felicidade de jogar comigo, mas teria sido uma dupla que daria certo.