AP Entrevista: Adonias Fonseca
Publicado em: 1/8/2021
Confira a entrevista completa com Adonias Fonseca, um dos All-Stars do AP61.
Conhecido como o “Rei do Drible”, Adonias foi campeão latino-americano de futebol freestyle em 2018.
De onde surgiu o apelido Rei do Drible?
Foi uma conquista. O apelido veio depois de vencer o Reis do Drible cinco vezes. Na última edição, eu fui o melhor em quadra e recebi esse título. Antes, eu já era conhecido como o Rei do Freestyle, então esse outro apelido acabou pegando também. Pra mim é uma honra, porque é um título muito importante.
Como começou sua carreira no freestyle?
É até engraçado. Como todo brasileiro, sempre tive o sonho de ser jogador de futebol, mas com doze anos eu sofri um acidente e quebrei a perna. Fiquei muito tempo parado, com uma lesão muito séria no calcanhar, e achei que nunca mais iria jogar futebol. Então, comecei a fazer embaixadinhas na reabilitação e na fisioterapia. Só que eu fui ficando muito bom na reabilitação. Aí, em 2010, quando tinha quinze anos, decidi entrar em um campeonato de embaixadinha. E em todos que eu fui entrando, fui ganhando! Aí pensei “opa, posso seguir nessa área”. Comecei a aprender sobre o freestyle, que é um esporte muito grande, maior do que a gente pensa. Tem manobras, federação, um mundo enorme por trás dele. Fui me consolidando, ganhando campeonatos, aparecendo mais e me apaixonei pelo esporte. Estou aqui até hoje.
O que você tem a dizer aos críticos do freestyle?
Eu ouço críticas desde o começo. “Será que joga futebol mesmo ou é só firula?” Muitas pessoas veem o freestyle como uma desvantagem para quem joga futebol, mas eu vejo como uma vantagem. Ele me deu reflexos rápidos, domínio e tempo de bola. Hoje em dia, também jogo futebol de campo, em um clube do módulo 2 do campeonato mineiro. O freestyle, para mim, foi apenas positivo. É lógico que existem atletas de freestyle que não jogam bola, da mesma maneira que existem ótimos jogadores de futebol que não têm noção de como fazer embaixadinhas. Não é por isso que ele não é um bom jogador. Então, cada um na sua área.
No futuro, você pensa em continuar no freestyle ou quer começar uma transição para o futebol?
Minha vida foi totalmente não planejada porque as coisas foram simplesmente acontecendo. Hoje, eu tenho um plano de seguir no campo. No freestyle, realizei meu sonho de ser campeão brasileiro, então agora está na hora de dar um passo mais largo, que é o campo.
O que você vai mostrar para a garotada que vai participar da sua clínica no AP61?
O freestyle é um esporte que impressiona muito. Então, quando a gente começa a fazer uma apresentação, a galera já fica presa vendo aquilo porque novamente só vê por vídeo. Com a molecada hoje, eu vou mostrar que não é um esporte tão difícil assim. Tem manobras que já pode se aprender no primeiro dia de prática. Só depende de cada um e se vai querer continuar porque exige um treino mais rígido.