AP Entrevista: Serginho Chulapa


Publicado em: 1/8/2021

Confira a entrevista completa com Serginho Chulapa, um dos All-Starts do AP61.

 

Membro da histórica seleção brasileira que disputou a Copa de 1982, Serginho Chulapa foi um atacante que fez história no São Paulo, clube do qual é o maior artilheiro até hoje, e no Santos. 

 

Conte um pouco do que foi participar do histórico time da seleção de 1982.

Esse time marcou história, mas não ganhamos. Eu sou bem claro quanto a isso: o time era bom “pra caramba”, mas nem todos estavam com o mesmo pensamento. Alguns que estavam fora pareciam que torciam contra, sabe? A partir do momento em que não está fechado com o grupo, você não vai ganhar nada. O time era bom? Era. Mas nós pegamos um time da Itália tão bom quanto o nosso, igualzinho. Se estivéssemos jogando até hoje, estaria 1.000 a 999 para eles. Então, não tem essa de “ah, foi a melhor seleção de todos os tempos”. Individualmente foi a melhor, mas coletivamente a de 70 foi melhor.

 

Como é para você ser ídolo de duas grandes torcidas paulistas, o Santos e o São Paulo, e ainda ser o maior artilheiro da história do São Paulo?

Em primeiro lugar, ser o maior artilheiro da história é legal demais. Fico feliz em fazer parte da história de um clube como o São Paulo, apesar de ser santista (risos). Eu já era santista quando jogava no São Paulo, mas ficava quieto, né?

Agora, no Santos, também é um orgulho, porque é muito difícil você ser ídolo em um clube e depois ser ídolo em um rival. Então, graças a Deus, eu tive essa sorte de ser ídolo dos dois e isso me deixa muito feliz.

 

Sua história no futebol é marcada por muitos gols. Como era ser um goleador nato?

Na época, o futebol era pra frente. Eu joguei com grandes jogadores. Cada time tinha uns oito ou nove do mesmo nível. Até jogar no interior era difícil. O meu negócio era dentro da área. O pessoal chegava pra mim e falava “você fica por lá que a gente te manda a bola”. Foi assim que cheguei aos mais de 400 gols na carreira.

 

Como foi dividir os campos com o Juary?

O menino era problema. Jogamos juntos no Santos, e jogamos bem. A gente tinha que ter jogado junto mais cedo, já estávamos no final de nossas carreiras, mas deu pra dar um trabalho para o pessoal.

 

O que você tem a dizer sobre o futebol do Dodô?

Foi um jogador extraordinário. Ele foi meu atleta no Santos, e peguei uma grande amizade com ele. É um moleque sensacional. Foi um ídolo por todos os lugares em que passou. E só fazia golaço!

 

Quem jogou mais bola: o Chulapa ou o Dodô?

Características diferentes (risos).